março 19, 2006

O Guardador de Rebanhos

Como uma grande bordão de fogo sujo
O sol-posto demora-se nas nuvens que ficam.
Vem um silvo vago de longe na tarde muito calma.
Deve ser de um comboio longínquo.

Neste momento vem-me uma vaga de saudade
E um vago desejo plácido
Que aparece e desaparece.

Também, às vezes, à flor dos ribeiros
Formam-se bolhas na água
Que nascem e se desmancham.
E não têm sentido nenhum
Salvo serem bolhas de água
Que nascem e se desmancham.


texto | o guardador de rebanhos>alberto caeiro
foto | sérgio murillo> www.photografos.com.br/serginho33

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