junho 24, 2007

Crónica de um sentido açucarado

Afinal,
e no fim de tudo,
ficamos só nós...
Depois de tanta vida e tanto afastamento,
de tanto escuro
e tanto erro que não o chegou a ser...
De tanta mensagem não descodificada,
tanta falta de memória das noites e dias
que correm,
de desencontros,
ficamos só nós, afinal, depois de tanto...
Depois da chuva nos atrever a pensar melhor!
Depois de caminhar e caminhar,
com as ideias a florescerem da conversa
que afinal não correspondia ao que se pensou...
Depois de lágrimas derramadas
das palavras tocadas,
escritas,
lidas,
sentidas,
escutadas...
E, no fim de tudo, ficamos assim
a pensar... Vermelho?
Encarnado!
Depois do cinzento das manhãs
do desespero
do não avisar,
ficamos...

Reza a história que estórias assim não se escrevem...
Sentem-se!
Vivem-se!
Saboreiam-se!
Preenchem-se!
Conquistam-se!
Encontram-se...
Hoje encontro-me!
E no final, ficamos só nós!
Apesar de tudo...
Outro dia passou e não se tomou café!

texto | rui marques
imagem | Coffee_by_Laffen2004

Vermelho

Apesar da luz difusa
consigo reviver todos os momentos
das recordações que fui recebendo!

Apesar da luz difusa e do silêncio que me envolve
sinto o calor de uma presença
que me percorre a memória,
disperta o olhar
e onde,
apesar dessa luz difusa,
vê tanto sentir encarnado...

Hoje estou fechado nestas paredes
que apenas me abrigam,
apesar de me deixarem voar
até essa luz difusa
que tão forte se vê
e queima de tão vermelha que é...

texto | rui marques
imagem | Red_Light_by_Ery_LoVe