Mas, no fundo, não sei se abrirás sequer o envelope
Ou se irás saltar até ao próximo capítulo...
Hoje, neste dia cinzento percorro os caminhos da memória
Em busca do momento em que o brilho desapareceu dos teus olhos
Em que passei a ser um fardo
Ou simplesmente uma montanha de bocejos e silêncios
Percorro o tempo no momento em que te empurrei para longe
E deixei de ser o sorrir do dia-a-dia
Antes o outono o ano inteiro...
Aqui à distância vejo-me curto
Besta de pensar
Máquina de triturar momentos que marcam
Sei que já saíste
Mas sabes o código da porta...
texto.imagem | rui marques