agosto 25, 2020

Prata da casa


Sirvo-me de meia em meia fatia de luar

Sacio-me de mais um gole de escuridão 

E alcanço em mim esta letargia de nada 

Entre cada garfada de querer


Enfrento de pé bancos de pedra 

Que me sentam o pensamento 

Entre uma e uma

E outra e outra 

Fatia de desejo


Ato e desato os problemas

O sapato!

Levanto e espero!

Espero e sossego

O silêncio faz-me farto


Limpos os cantos da boca

A uma ponta de brisa

Entre cada meia fatia

De luar e escuridão 


Congelo os talheres

Suspendo a visão

E no fim de tudo

Nem uma água com gás

Para apaziguar este mal estar...


texto | foto   rui marques



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